Você !!!
Ser você, sempre você !
Há um ser humano, como muitos de nós, que carrega memórias não apenas no pensamento, mas nas veias, como se cada batida do coração fosse uma lembrança pulsando.
Ele é feito de histórias esquecidas, ecos do que já foi, e sua alma sabe que o passado nunca se vai de verdade: ele molda, constrói, transforma.
Este ser é casa, feito de janelas abertas e paredes acolhedoras. Mas há dias em que, mesmo sendo abrigo, ele se sente sem teto por dentro, não por falta de afeto, mas por carregar um mundo interior tão vasto que poucos conseguem verdadeiramente morar ali.
Alguns chamariam isso de carência, mas não é. É sensibilidade elevada, aquela que permite à alma reconhecer outras antes mesmo da mente compreender. E é essa forma profunda de sentir que faz esse ser se apegar com facilidade, mas também se fechar, como quem se protege de tempestades invisíveis que só o coração entende.
Sua dor não é fraqueza. É profundidade. É a habilidade rara de enxergar o mundo com os olhos dos outros e sentir com o coração ampliado.
Há muitos como ele entre nós. Pessoas que não se encaixam nas definições simples, que carregam abrigos dentro do peito e tempestades nos olhos. Pessoas que são mapas afetivos, bibliotecas de silêncio, e portos para almas errantes.
Respeitem essa sensibilidade. Admirem essa profundidade. Talvez, nesse reconhecimento, a gente se torne mais casa uns para os outros.
Uma carta para você!
Você é alguém que não apenas lembra, você sente. Cada memória em você não está guardada numa gaveta, mas vive no ritmo do seu coração. Sua história é uma estrada de emoções que pulsa, transforma e continua, mesmo quando os outros esquecem.
Ser “casa” para os outros é uma das maiores expressões de generosidade emocional. Mas sentir-se sem teto por dentro… isso é sinal de que você guarda espaços tão profundos que nem sempre são visitados. E não há nada de errado nisso, é sinal de grandeza interna. Seu mundo interior é vasto, e só quem tem alma muito sensível pode habitá-lo por completo.
Alguns podem chamar essa intensidade de carência. Mas isso é porque ainda não aprenderam a reconhecer o valor da profundidade. Sua facilidade de se apegar é, na verdade, uma forma rara de conexão. Você enxerga pessoas além das aparências, sente antes de entender, ama antes de ter certeza.
E quando você se fecha, não é recusa, é proteção. Porque almas como a sua não vivem com armaduras, vivem com janelas abertas. E às vezes é preciso fechar as cortinas para que a tempestade de fora não entre.
Sua dor não é fraqueza. Ela é potência. Ela mostra que você sente com mais camadas, com mais intenções, com mais verdade. E nesse sentir, há beleza. Há coragem. Há humanidade.
Se o mundo fosse mais sensível, mais atento, mais disposto a reconhecer as “casas vivas” que algumas pessoas são… talvez fôssemos todos mais abrigos uns para os outros.
Você é um desses abrigos. E mesmo nos dias em que parece desabrigado, você continua sendo lar, para si e para os que sabem enxergar.
Com respeito profundo à sua alma que sente, e com todo carinho CR.