O cisco no olho ...
O inconsciente, o coração e o Criador ...
Todos nós, mais cedo ou mais
tarde, tropeçamos em nossos próprios comportamentos. Quem nunca desejou algo
com tanta intensidade, mas, no fundo, ainda não estava pronto para receber?
É como tentar colher frutos de
uma árvore que sequer foi plantada. A psicanálise em Freud nos lembrava que há
em nós forças inconscientes que nos fazem querer antes da hora, desejar além do
que conseguimos sustentar.
O resultado? = Frustração.
A
vida, assim como a psicanálise, nos ensina que as oportunidades só florescem
quando estamos preparados para cuidar delas. É por isso que amadurecer não
significa apenas esperar o tempo passar, mas aprender a olhar para dentro,
compreender nossas faltas, nossos desejos e nossas feridas.
Jesus,
o Mestre dos mestres, já nos mostrava isso de maneira simples. Suas palavras
não precisavam ser complicadas, tocavam direto o coração. Ele nos ensinava que
o amor começa em nós mesmos.
Só quando aprendemos a nos amar
de verdade é que conseguimos amar o próximo sem reservas. Freud dizia que
ninguém se livra do outro dentro de si, e talvez seja por isso que cuidar do
nosso próprio coração é o primeiro passo para estender a mão ao outro.
Lembra
da passagem: “Tire primeiro o cisco do seu próprio olho, e então poderá
enxergar bem para tirar o cisco do olho do seu irmão”? Isso é pura psicanálise
em linguagem simples. Antes de querer transformar o mundo lá fora, precisamos
transformar o mundo que carregamos dentro.
O
convite de Jesus é direto: olhar para dentro. É ali, nesse espaço íntimo da
alma, que a paz começa a nascer. É ali que o amor floresce e a caridade deixa
de ser palavra para se tornar gesto.
E
acima de tudo: é nesse lugar secreto que deve habitar o amor ao Criador. Quando
Ele ocupa o centro, tudo se organiza. O trabalho fica mais leve, as dores
diminuem e até os problemas que pareciam gigantes ganham outra proporção.
Seguir
esse caminho não significa viver sem quedas ou lutas, mas ter a certeza de que
não caminhamos sozinhos. A esperança está justamente aí:
“...
no cuidado de Deus em cada detalhe e na transformação silenciosa que Ele
realiza dentro de nós, pouco a pouco, como quem vai curando a alma sem pressa,
mas com profundidade ...”
Com carinho CR.