Amor: A Arte de Treinar o Coração ...
Sintomas mais comuns do TDAH em Adultos: Um Olhar Humano e Compassivo ...
Falar de TDAH é falar de um
coração e uma mente que vivem em velocidade diferente da maioria. É como se
houvesse um satélite girando sem parar dentro da cabeça, captando tudo ao mesmo
tempo. A mente não para, as emoções transbordam, e o simples ato de prestar
atenção vira um desafio diário.
Jesus dizia: “O
espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26:41). No
TDAH, a consciência deseja focar, mas o cérebro segue outro ritmo. E é nesse
contraste que surgem os sintomas.
Vamos percorrer juntos os 15
principais sinais, não como uma lista, mas como alguma contextualização de quem
conhece por dentro essa caminhada.
Distração constante
A pessoa se perde no meio de uma conversa, desviando o olhar,
captando qualquer estímulo ao redor. É como se vivesse com a mente em Marte
enquanto o corpo está aqui.
Desorganização e desastramento
Esquece chaves, derruba copos, tropeça em cadeiras. Não é falta de
cuidado, é excesso de pensamentos que a fazem agir no “piloto automático”.
Brancos em diálogos
Está diante de você, balançando a cabeça, mas já foi levado por um
turbilhão de ideias. De repente, precisa voltar humildemente e dizer: “Me
perdi, pode repetir?”
Interrupções impulsivas
Não espera o outro terminar. A lembrança vem, e antes que fuja, já
dispara: “E o fulano, você viu ele?”. Parece grosseria, mas é sintoma.
Erros de fala, leitura e escrita
Na pressa, come sílabas, troca palavras, embaralha frases. Em
alguns casos, ainda convive com dislexia.
O hiperfoco
Paradoxo fascinante: se dispersa no trivial, mas mergulha com
profundidade em algo que ama. Horas passam como segundos quando o assunto acende
a chama interior.
Inquietação física
Balança os pés, gira a caneta, não para na cadeira. O corpo parece
acompanhar a agitação da mente.
Muitos começos, poucos finais
É excelente em iniciar projetos, mas tem dificuldade de concluir.
A impulsividade cria entusiasmo, mas a persistência pede treino.
Fala sem parar
Monopoliza conversas, atropela o diálogo. Como disse Jesus: “Seja
o vosso falar: sim, sim; não, não” (Mt 5:37). O equilíbrio
precisa ser cultivado.
Baixa tolerância à frustração
Enquanto o borderline sofre pela rejeição do afeto, o TDAH sofre
quando suas ideias não são compreendidas. A dor é intelectual, mas ainda assim
é dor.
Impaciência e oscilação de humor
Um cérebro a 200 km/h convivendo com alguém a 80 km/h. Essa
diferença de ritmo gera irritação, ansiedade e, muitas vezes, incompreensão
mútua.
Busca por riscos
A carência de dopamina leva o TDAH a situações arriscadas, como se
a vida precisasse constantemente de mais intensidade para “ligar o motor”.
Compulsões
Seja em comida, compras ou drogas, o prazer imediato da dopamina
se torna tentação frequente. O vazio pede ser preenchido.
Baixa autoestima
Sem diagnóstico, o TDAH cresce achando-se inadequado. Acha que é “estranho”
ou “errado”,
quando na verdade só funciona em outra frequência.
Impactos na vida social, afetiva e
profissional
Troca de empregos, relacionamentos difíceis, estudos
interrompidos. Não por incapacidade, mas por instabilidade. Ainda assim, há
esperança.
O TDAH não é sentença de
fracasso. É apenas um outro jeito de existir. Com tratamento, autoconhecimento
e fé, é possível transformar fraquezas em potência.
Jesus sempre olhou para além da
limitação aparente. Onde havia caos, Ele trouxe ordem; onde havia desajuste,
Ele trouxe cura. O mesmo pode acontecer aqui: a mente inquieta pode aprender a
repousar, o coração impulsivo pode encontrar direção.
O TDAH é um chamado para olhar a
si mesmo com compaixão, e descobrir que, mesmo em meio à distração, existe uma
centelha de propósito brilhando forte.
Com carinho CR.