Palavras do Céu ou invenção da Terra?
Verdades e mentiras nas cartas mediúnicas: entre a fé que consola e as sombras do ego!
Almas amigas vamos fazer uma reflexão a respeito das Cartas Mediúnicas, elas sempre carregaram um fascínio
profundo. Para quem já perdeu alguém, elas surgem como uma ponte invisível
entre dois mundos, um fio delicado de esperança capaz de acalmar corações e
suavizar o peso da saudade.
Para outros, porém, levantam dúvidas: seriam de
fato palavras vindas do além ou apenas construções humanas, moldadas pelo
desejo, pela imaginação ou até pela ilusão?
Nesse território sensível, onde a fé encontra a
vulnerabilidade do ser, humano, convivem lado a lado verdades luminosas
e mentiras sutis, algumas fruto
do engano, outras da vaidade, e tantas apenas da mente criativa que, ao buscar
consolar, acaba confundindo-se com a voz dos espíritos.
Sob
a luz da mensagem espiritual
Quando verdadeira, uma carta mediúnica tem o poder
de curar feridas invisíveis.
Ela alivia o luto, renova a esperança, desperta a certeza de que a vida não
termina no túmulo. Ela consola, orienta e resgata memórias de amor que jamais
se apagam.
E curiosamente, as mensagens autênticas não
costumam vir com pompa ou promessas espetaculares. Ao contrário: falam com
simplicidade, coerência e serenidade. São como a brisa suave que toca o coração
sem alarde, mas deixa nele um perfume de paz.
Jesus nos ensinou: “Pelos frutos se conhece a árvore.” Assim também acontece
com as cartas mediúnicas: quando trazem serenidade, esperança e amor, é porque
carregam em si a seiva da verdade.
Quando
o ego e a imaginação se misturam
Mas nem sempre o que parece mensagem espiritual o é
de fato.
A mente humana é fértil, e a imaginação, mesmo sem má-fé, pode vestir de
palavras aquilo que é apenas lembrança, desejo ou fantasia.
O ego, por sua vez, é ainda mais traiçoeiro. O
médium pode sentir-se especial e, sem perceber, inserir suas próprias ideias.
Pode querer agradar a família enlutada, moldando a mensagem ao que ela espera
ouvir. E em casos mais graves, a vaidade pode transformar a mediunidade em
palco de poder, manipulação e até comércio da dor alheia.
É como um espelho embaçado: a voz que deveria vir
da alma desencarnada se mistura ao reflexo do próprio médium, e a verdade se
perde nas sombras da ilusão.
O
impacto na vida de quem recebe
Eis a grande questão: mesmo uma carta falsa pode
mudar destinos.
Quando verdadeira, ilumina. Mas quando distorcida, aprisiona.
Quantos não deixam de tomar decisões próprias,
esperando sempre uma nova palavra “do além”?
Quantas famílias alimentam ilusões em vez de
aprender a lidar com o luto?
Quantas pessoas se submetem cegamente à autoridade
de um médium, entregando-lhe sua liberdade emocional?
A fé, quando mal conduzida, pode virar grilhão. E a
dor, em vez de ser curada, se prolonga.
O
chamado ao discernimento
Não se trata de rejeitar a mediunidade, nem de
aceitá-la sem filtro. O verdadeiro caminho está no discernimento.
Perguntar-se:
Esta
mensagem me traz paz ou medo?
Convida-me
ao amor e ao crescimento ou me prende à dependência?
Está
alinhada com valores elevados, com a essência do Evangelho de Jesus?
Serve
à evolução da alma ou apenas à curiosidade do ego?
A fé madura não é cega; ela ilumina, e nada mais é
que conhecimento, você pode estar na escuridão total, mas sabe exatamente onde
está a porta!
A
maior carta que podemos escrever
A espiritualidade, quando guiada pela humildade e
pela disciplina, pode ser ponte de luz entre os mundos. Mas quando contaminada
pelo ego, torna-se apenas ruído, confundindo quem busca consolo.
No fim, Jesus nos lembra que a maior carta
mediúnica não é escrita por mãos humanas, mas pela própria vida que cada um
conduz.
São os gestos de amor, o perdão oferecido, a paciência diante da dor, a
caridade silenciosa que não espera aplauso.
Essa sim é a carta eterna, lida por todos, aqui na
Terra e também no Céu, e que ecoa infinitamente além das palavras.
Com carinho CR.